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Reportagens desenvolvidas pelos estudantes do curso de Jornalismo da UCDB.





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quarta-feira, 2 de maio de 2012

Atividades econômicas no Pantanal


Crédito da imagem: Ecoa.
 Porto da Manga - MS durante o período de cheia.
Crédito à imagem: Ecoa.
O Pantanal é a maior planície alagada do planeta. Sua área total é estimada em 210 mil km² e cerca de 140 mil km² pertencem ao território brasileiro, em especial aos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul que juntos concentram a maior parte desse bioma. O ecossistema pantaneiro é extremamente rico apresentando fauna e flora exuberantes, mas o que mais chama atenção é o seu regime de secas e cheias que interfere diretamente nas atividades econômicas e no desenvolvimento das regiões nas quais o bioma predomina.

As principais atividades econômicas desenvolvidas no pantanal são a pecuária, a pesca e o turismo.

Pesca – merece bastante destaque nas regiões pantaneiras e é praticada através de três modalidades: subsistência, que fornece alimentação necessária à população de ribeirinhos; a esportiva que se tornou um atrativo ao turismo; e a pesca profissional que auxilia na fonte de renda de muitos ribeirinhos das comunidades. Outra atividade ligada à pesca é a coleta de “iscas vivas” (pequenos peixes e crustáceos) que servem de alimento para os peixes maiores.

Turismo – nos últimos anos foi bastante aperfeiçoado nas comunidades pantaneiras, principalmente o ecoturismo, rural e de pesca. Além de atrair pescadores amadores e profissionais à prática esportiva, o Pantanal encanta os turistas pela sua beleza natural que sempre é divulgada através das lentes de fotógrafos e cinegrafistas.

Pecuária – é uma atividade de corte (produção de carne) e extensiva, na qual o gado se alimenta das pastagens nativas, e devido ao regime das chuvas nas regiões os animais são deslocados das áreas que serão inundadas às regiões mais secas.

Porto da Manga-MS durante a seca no Pantanal .
Crédito á imagem: Ecoa.
Compreender a relação entre os períodos chuvosos com as atividades econômicas e o desenvolvimento das comunidades é de muita importância. Pois qualquer alteração neste ecossistema desencadeia uma série de consequências, que podem em alguns casos, serem bastante desastrosas.


Podemos citar, por exemplo, o período de Defeso – popularmente conhecido como “Piracema” – no qual os peixes se reproduzem e começou em novembro de 2011 e seguiu até o mês de fevereiro de 2012. Neste ciclo é proibida a pesca sendo liberada apenas em caráter de subsistência, ou seja, para alimentação das comunidades ribeirinhas.

No entanto, houve um atraso nas desovas dos peixes ocasionadas pelo baixo nível das águas e inundações nas bacias pantaneiras. Consequentemente, há um comprometimento na reprodução dos cardumes e desenvolvimento dos peixes, podendo prejudicar diretamente as atividades comerciais das comunidades ribeirinhas, que sobrevivem da pesca profissional e do turismo.

O jornalista e técnico ambiental Jean Fernandes afirma que "o Pantanal e suas comunidades andam juntos, o conhecimento tradicional dos pantaneiros ribeirinhos é fantástico", pois todas as estratégias, pesquisas e práticas sustentáveis são realizadas graças à colaboração dos nativos que habitam a região. As comunidades extraem, cuidam e estudam o ecossistema de maneira consciente e por diversas vezes, atuam como verdadeiros policiais ambientais.

É importante ressaltar que a preservação e a sustentabilidade são os mecanismos que auxiliam na manutenção das atividades no Pantanal. Afinal, as comunidades e os visitantes podem utilizar os recursos que esse ecossistema tão rico oferece basta que todos desfrutem de maneira coerente.

Confira a seleção de órgãos públicos e organizações não governamentais (ONGS) ligadas a proteção e a preservação do Pantanal, além de fornecerem pesquisas e avaliações técnicas em vários segmentos e atividades:
Mapa (com descrições em inglês) do ecossistema
pantaneiro em Mato Grosso do Sul. Crédito à imagem:
Brazil - Travel.

Documentário: Retratos do Pantanal


Retratos do Pantanal é um documentário que mostra a vida e o trabalho de três comunidades ribeirinhas do Pantanal: pescadores de Miranda, Porto da Manga e Serra do Amolar sendo todas localizadas em Mato Grosso do Sul. Belas imagens e boas histórias. Créditos - Produção, edição e finalização: Arley Dias (Nico).