Jornalismo Online

Reportagens desenvolvidas pelos estudantes do curso de Jornalismo da UCDB.





Busca

terça-feira, 27 de abril de 2010

Moda – conceitos e sua relação com nosso estado

Há muito preconceito em relação à moda, em parte porque tem um caráter efêmero (muda sempre, e seu meio é a roupa) e porque ela tem a ver com a aparência, supostamente privilegiando o superficial.

Muitas vezes, a moda também é vista como algo feito para iludir, disfarçar ser alguém que, na verdade não se é. Quem a critica dessa forma certamente desconhece as implicações sociológicas e psicológicas da moda: coisas simples como sentir-se bem ao usar determinada roupa ou vulnerável vestindo outra.

Porém, a moda já deixou de ser sinônimo de futilidade e improvisação há muito tempo.
A palavra “moda” vem do latim modus, significa “modo”, “maneira”. É um sistema que acompanha o vestuário e o tempo, que integra o simples uso das roupas no dia-a-dia a um contexto maior, político, histórico, social.

Aqui no Mato Grosso do Sul, no entanto, a moda até algum tempo atrás era algo pouco divulgado. Como se não fizesse parte do cotidiano do cidadão sul-mato-grossense, a não ser dos mais privilegiados que tinham condições de fazer viagens internacionais ou até mesmo viagens ao grande centro da moda no Brasil, São Paulo, e buscar nesses lugares tendências e referências de moda, que por aqui ainda não eram nem de longe conhecidas. Hoje, a situação é outra. Cada vez mais a população campograndense tem estudado e se atualizado, ficando a par do que acontece nos bastidores do mundo fashion.

Isso é facilmente notado ao sair à noite pela Capital Sul-mato-grossense. Quase tudo do que é tendência é visto nas ruas. Campo Grande já é uma cidade alternativa, que vive a moda como ela realmente é. Além do que,vários talentos estão se formando na Capital do Pantanal, mais um motivo para que a moda seja cada vez mais divulgada por aqui.

Mesmo longe do grande centro da moda no Brasil, Campo Grande já se mostrou competente no ramo e superou desafios. Entretanto, há ainda um que impera e impede muitos jovens talentos de se formarem e darem continuidade a seus trabalhos. O fato de ter pouco incentivo na Capital e pouca divulgação de trabalhos regionais faz com que talentos do Estado procurem outros lugares para se especializarem e e crescerem dentro do que fazem. Capitais como: Curtiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, são um dos cenários mais procurados pelos estudantes de moda que saem de Campo Grande buscando sucesso na carreira.

Jéssica Dizzy é natural de Corumbá, respira moda e tem muitas criações inspiradas no Pantanal. Jéssica é estudante de moda, mas percebeu que o cenário fashion do estado ainda não é dos melhores e em todas as vezes que tentou, não teve êxito. Hoje, ela mora em São Paulo, tem todo o suporte que precisa para o seu trabalho e divulga suas criações como produção de moda e o que ela mais gosta de fazer, ser estilista.

Aqui em Campo Grande a moda tem crescido, mas para novos estilistas ainda é difícil. Em Corumbá é mais complicado ainda. Em São Paulo a disputa é grande, mas o espaço e o acesso às grandes novidades é muito maior, o que facilita o estudo e, consequentemente a profissão. Uma marca estabelecida em São Paulo se faz sozinha, é totalmente diferente de alguém que tenta se lançar sozinho, sem base, em Campo Grande”, explicou a estudante.

Com todas as mudanças e grande desenvolvimento que o estado têm vivido, a moda pode vir a ser parte desse crescimento e se encaixar, talvez, como fonte de economia local. Afinal, com tantas belezas naturais que inspiram a criatividade dos artistas regionais e até os de fora, Mato Grosso do Sul deve ser um estado a ser incluído no cenário fashion nacional.

Especialistas em moda acreditam que ele tem tudo para isso, falta mesmo é incentivo por parte de autoridades da moda e autoridades locais. O que nos resta é esperar e acompanhar a moda ao passar nos anos e ver se há algo de pantaneiro nas tendências contemporâneas, ou não.




Texto de Rebeca de Arruda
com complementos de Thierre Monaco e Renata Volpe

Edição: Rebeca de Arruda

Nenhum comentário:

Postar um comentário