Jornalismo Online

Reportagens desenvolvidas pelos estudantes do curso de Jornalismo da UCDB.





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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Fiscalização garante segurança no trânsito


A fiscalização no trânsito de Campo Grande é um dos principais fatores que visa a redução no número de mortes e acidentes no trânsito. Para que ela seja efetiva, vários órgãos competentes de trânsito atuam neste cenário.

Testada pela primeira vez em Campo Grande, no ano de 2007, em caráter experimental, a fiscalização eletrônica voltou a atuar em 2009 com o objetivo de apontar veículos com débito, referente a licenciamento, IPVA, busca apreensão, furto e roubo.

Segundo o comandante da Companhia Independente de Polícia de Trânsito (Ciptran), major Edmilson Lopes da Cunha, esse trabalho de fiscalização é feito com um carro que possui um leitor de placas que detecta veículos com irregularidades. “Agora em 2009, ao que parece o Estado está fazendo a aquisição desses veículos e tem um atuando aqui em Campo Grande e outro em Dourados”, ressaltou. Edmilson esclarece ainda que a fiscalização eletrônica ocorre em outros tipos de equipamentos, como os radares e as lombadas eletrônicas.

Formando profissionais

Quanto à preparação psicológica dos policiais e auxiliares que atuam diretamente junto à população no trânsito, o psicólogo de trânsito Renan da Cunha Soares Júnior, diz que eles têm uma formação específica e sempre fazem cursos de atualização, porém destaca que ainda existe um número pequeno de profissionais atuando dentro deste contexto. “O nosso grande problema com a fiscalização é que nós temos geralmente um número de pessoas trabalhando nessa área insuficiente, e aí você gera aquele problema de você ter fiscalização aonde deveria ter, mas não sempre”.

Renan lembra ainda das blitze nas avenidas, nos bairros, mas que efetivamente não têm condições de estar sempre na rua fiscalizando. “A fiscalização ajuda no comportamento do trânsito mantendo a paz e a ordem se ela for constante. Eu acho que o grande problema nosso não é quanto à formação dos nossos agentes de trânsito, dos nossos policiais de trânsito; mas realmente à falta de efetivo para estar trabalhando nesse setor. Então a política pública teria que ter mais investimentos”, apontou.

Conscientização para prevenir a violência no trânsito

Por outro lado, o coronel da Polícia Militar, Luis Carlos Garcia Gomes, diz que é importante termos uma cidade bem sinalizada, com sinais de trânsito adequados, mas de nada adianta se não houver consciência para que respeite essa questão. “Nós sabemos que é impossível ter um Policial Militar, um funcionário da Prefeitura, da Agetran, em cada esquina ou em cada local mais movimentado. Então, realmente tem que haver essa consciência da população, dos condutores, dos pedestres, para que nós consigamos acabar não, porque isso é impossível, mas pelo menos ter a níveis aceitáveis o trânsito de Campo Grande”.

O coronel completou dizendo que somente através da educação no trânsito será possível uma sociedade mais segura. “Se o condutor, o pedestre, o ciclista não tiver consciência e não respeitar a legislação de trânsito nós vamos continuar nesse problema grave”, ressaltou.


Reportagem: Evillyn Regis e Tatiana Gimenes
Foto: Tatiana Gimenes

Entrevista - Fiscalização e Segurança



O Major da Companhia Independente de Polícia de Trânsito (Ciptran), Edmilson Lopes da Cunha, trabalha há 18 anos na Polícia Militar e sempre atuou na área de policiamento do trânsito. Como comandante da Companhia desde julho de 2007, Edmilson fala sobre a importância da fiscalização e da segurança no trânsito. Para o Major, o comportamento adequado dos condutores e a presença de policiais nas ruas são fatores fundamentais para a redução do número de acidentes.

EM FOCO: Como é feita a fiscalização e a segurança no trânsito de Campo Grande?
Edmilson: A fiscalização é feita pela Polícia Militar através de convênio com os órgãos de trânsito, na verdade nós não temos competência para fiscalização de trânsito, nós fazemos somente o policiamento de trânsito. O Departamento Estadual de Trânsito (Detran), autoridade de trânsito no Estado, e a Agência Municipal de Transporte e Trânsito de Campo Grande (Agetran), autoridade de trânsito no município, delegam para a Polícia Militar a competência pra fiscalizar. O que é fiscalizar? É o poder de verificar o cumprimento das regras de Trânsito, através das Leis de Trânsito e o poder de aplicar multas.

No dia-a-dia, esse trabalho é desenvolvido através de prevenção que nós fazemos com os motociclistas, com a presença deles em entrada e saída de colégios. Temos as viaturas que trabalham diuturnamente em atendimentos de acidentes de trânsito e também na prevenção e temos o trabalho de fiscalização de pesquisa, que é feito pelos motociclistas normalmente na parte da tarde, nos finais de semana, à noite, que faz o trabalho de fiscalizar, que é fazer o cumprimento das leis de trânsito, visando principalmente combater a embriaguez, rachas, manobras perigosas.

Com essa nova remessa de policiais, temos o policiamento ostensivo a pé, que tem a presença do policial de trânsito que faz o controle do trânsito, que auxilia, orienta a população. A gente coloca estes policiais em alguns cruzamentos críticos, principalmente na área central.

EM FOCO: A presença do policial no trânsito influencia na redução de acidentes?
Edmilson: Influencia decisivamente, na verdade diria que, a maioria das ações ocorrem na direção do veículo, ou seja, é o comportamento, a atitude do motorista na direção, que são as principais causas das infrações. Infração do tipo, avanço de sinal, estacionamento em locais proibidos, dirigir falando ao telefone celular, excesso de velocidade, conversão; o nosso trabalho é muito focado nesses tipos de infrações.

Quando você tem a presença de policias na rua, já inibe aquele condutor de cometer determinada infração. Ao inibir essas condutas de risco no trânsito, você contribui para que haja uma redução de acidentes.

EM FOCO: Quais os locais mais críticos no trânsito de Campo Grande?
Edmilson: Temos muitos locais críticos. Campo Grande é uma cidade que cresceu muito nos últimos anos, aumentaram os números de bairros e bairros distribuídos por toda cidade. Então nós temos subcentros urbanos, como bairros afastados, bairro das Moreninhas, bairro Coophavilla II, Novos Estados, e fazem com que haja um número muito grande de veículos circulando pelos corredores principais que ligam esses bairros a área central.

Esses corredores de trânsito são os principais locais onde ocorrem acidentes e também a área central, que concentram a maior parte desses veículos no horário comercial. Por exemplo: as ruas que ligam as avenidas, como as Avenidas Guri Marques, Marechal Deodoro, Júlio de Castilho, Coronel Antonino e os corredores centrais, Avenidas Ceará, Zahran, Mato Grosso, Afonso Pena.

Todos esses são locais que têm números elevados de acidentes e que normalmente a gente busca fazer a fiscalização nesses locais, colocando policial nos cruzamentos dessas vias e na área central, para minimizar e reduzir os números de acidentes.

EM FOCO: O senhor tem uma média de quantas multas ocorrem por dia na Capital e quais os resultados obtidos através da atuação da blitz?
Edmilson: Olha, a nossa média depende muito dos finais de semana e nos dias de semana que nós fazemos blitze. Normalmente ocorrem de 30 a 40 autuações por blitz, mais decorrentes do trabalho diário. Em torno de 50 multas são feitas pelo policiamento. Quando tem alguma operação especifica esse número aumenta.

EM FOCO: A Blitz exerce função de penalidade ou educativa? Dentre as duas funções, qual destas é mais presente?
Edmilson: A gente compreende que ela atende as duas funções, tanto a educativa, quanto a punitiva, porque no momento em que nós abordamos um condutor que está cometendo uma infração, muitas vezes não só é uma infração, são várias infrações. É comum a gente parar um veículo e constatar duas, três infrações. Então normalmente a nossa orientação é para que sejam autuadas aquelas infrações mais graves, normalmente é infração gravíssima, grave, orientamos muito sobre as situações médias e leves, a gente orienta, adverte, educa e também a gente aplica a lei de acordo com as previsões, fazendo a multa, removendo o veículo.

Esse trabalho tem efeito educativo posteriormente porque muitos, infelizmente, não se convencem apenas com o trabalho de orientação, de educação, eles precisam realmente ser coagidos a ter uma postura correta no trânsito.

EM FOCO: Sobre a fiscalização eletrônica, que foi testada pela primeira vez em Campo Grande, no ano de 2007 e que agora voltou a atuar; por que ficou esse período sem a atuação e qual o maior objetivo dessa operação?
Edmilson: Especificamente esse trabalho que é feito com esse carro, tem um leitor, que faz as leituras das placas e aponta qual veiculo está com débito, referente a licenciamento, IPVA, busca apreensão, furto e roubo.

Na verdade, essa é um tipo de fiscalização eletrônica, não é a única. Esse trabalho foi feito em 2007 em caráter experimental, estavam ainda analisando, estudando a capacidade do equipamento do veículo, para uma possível aquisição no Estado. Então foi feito como um teste em 2007.

Agora em 2009, ao que parece o Estado está fazendo a aquisição desses veículos e tem um atuando aqui em Campo Grande e outro em Dourados, fazendo esse trabalho de leituras de placas, para que na fiscalização sejam abordados apenas os proprietários ou condutores de veículos que estão em situação irregular.

EM FOCO: Esse tipo de fiscalização eletrônica, só tem aqui em Campo Grande e Dourados ou tem em outros Estados?
Edmilson: Com esse veículo, apenas aqui. Agora só esclarecendo que a fiscalização eletrônica não ocorre só nesse tipo. Os radares, as lombadas eletrônicas; todos são equipamentos que fazem a fiscalização eletrônica.

EM FOCO: Qual o balanço que o senhor faz em relação ao trânsito de Campo Grande nesses anos de trabalho no trânsito?
Edmilson: A gente tem uma imagem, uma conclusão que o nosso trânsito é bastante problemático e esse problema na verdade não se dá em razão de fatores do tipo: engenharia, falta de fiscalização, falta de educação, ele se dá mais em razão do comportamento e da atitude dos condutores.

Nós temos uma cidade relativamente bem planejada, não temos um trânsito congestionado, truncado, apenas nos horários de picos, que também são somente naqueles horários de entrada e saída de trabalho. Nós temos ruas bem espaçosas, avenidas largas, que facilitam o fluxo dos veículos.

Na verdade, são fatores que deveriam estar contribuindo com o trânsito no nosso Estado e não é isso que acontece, porque os condutores fazem mau uso das vias públicas que são colocadas à disposição deles, abusando da velocidade, desrespeitando as regras básicas de sinalização, bebendo e dirigindo, então por isso o número elevado de acidentes.

A gente precisa trabalhar essa questão da postura, à base de muita fiscalização, de muito rigor na fiscalização e nas punições, para poder corrigir esse quadro que apresenta hoje e trabalhar nas gerações futuras com uma educação preventiva, educação forte, desde o ensino fundamental, ensino médio, superior, tratando essa questão do trânsito.


Entrevista: Evillyn Regis

Operação Blitz - Campo Grande (MS)



Imagens: Evillyn Regis e Tatiana Gimenes

Edição: Tatiana Gimenes

Galeria de Imagens - Operação Blitz



























Fotos: Evillyn Regis e Tatiana Gimenes

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Jornalismo Humanizado



Cuidar do próximo, fazer o bem,contribuir com pessoas carentes de uma comunidade, simplesmente para ver o sorriso de alguém, de ter uma sensação de bem estar em poder ajudar.Isso se chama voluntariado. As pessoas que dedicam seu tempo a essas ações são chamadas de voluntárias, ou mesmo "anjos".
Segundo o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, voluntário é aquele que age espontaneamente, derivado da vontade própria.
As ações voluntárias são caracterizadas por pessoas que ajudam as outras por livre vontade e sem receber nada em troca.
Na cidade de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, facilmente vemos pessoas assim, que se dedicam as ouras que sentem prazer em ajudar. Seja com roupas, seja com comida, seja com uma palavra de conforto. Importante divulgar essas ações, para que outras pessoas, que muitas vezes não sabem o que fazer com um tempo vago, ou mesmo com um monte de roupas sem uso, se incentivem a ajudar também.
Como a senhora Maria Alvina do Bairro Tarumã, que mesmo com dificuldades dedica seu tempo às pessoas da comunidade em que vive.

“Fazer o bem, sem olhar a quem"




Aos 56 anos de idade, a aposentada Maria Alvina de Oliveira aproveita seu tempo para ajudar as pessoas que precisam, diariamente ela sai pelas ruas não só do bairro Tarumã, onde vive há 34 anos, para arrecadar roupas, comida, móveis, mas não é só, ela também presta ajuda para pessoas doentes, colabora para o clube de mães, e ainda leva cursos de aprendizagem artesanal, como crochê, bordado em chinelos, fuxico, tricô, para as mulheres do bairro, o que serve como um complemento na renda mensal de cada uma delas.



Maria Alvina explica que hoje já são mais de 300 mulheres que aprendem a fazer os cursos que ela leva para a comunidade. “É gratificante ver elas ganhando o dinheiro delas, e saber que elas aprenderam aqui em casa”, diz orgulhosa dona Maria.

Ela diz que a vontade de ajudar aos outros já nasceu com ela, pois desde pequena já se preocupava com os outros, mas há 18 anos atrás Maria Alvina sofreu um acidente que lhe tirou o movimento das pernas, e por oito meses ficou presa a uma cadeira de rodas, quando, após longos tratamentos e muita oração, voltou a andar. “Tenho muito que agradecer a Deus e ajudar as pessoas”.

Muitas são as dificuldades encontradas por Maria, que não teve a oportunidade de estudar e que aprendeu a ler sozinha, ela diz que gostaria de ajudar mais as pessoas, mas devido a essas dificuldades não pode. Ajudar a quem precisa, parece ser de família, naquela casa simples do Bairro Tarumã, pois sua filha de apenas 10 anos já se preocupa com seus vizinhos, e “adotou” de coração uma menininha, para quem doa as roupas que arrecada.




Conhecida por todos no bairro em que mora, não demora muito para que chegue alguém pedindo a ajuda da dona Maria, como a jovem Carla Santos Priori, de 19 anos, que chegou durante nossa conversa. Ela mora há apensa quatro meses em Campo Grande, e foi aconselhada por sua vizinha a pedir ajuda para dona Maria Alvina, pois ela precisa de roupas, comida e um emprego. Nesse momento começa mais um objetivo na vida da senhora simpática do bairro Tarumã, que sai ás ruas, faz seus contatos, para ajudar mais uma pessoa.

Reportagem:Camila Cruz, Cláudia Basso e Priscilla Peres