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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Investimento em cursinho preparatório supera mensalidade de graduação






Foto:Edilene Borges



Evellyn Abelha

Preocupados em ingressar na universidade, centenas de estudantes investem em cursinhos preparatórios. No anseio de cursar uma instituição de ensino público alguns desses estudantes gastam por mês o valor equivalente a uma mensalidade de uma universidade privada. Assim enquanto fazem cursinho pré vestibular poderiam já estar cursando o Ensino Superior. O assunto envolve muitas variáveis, mas necessita de planejamento e controle como qualquer outro investimento financeiro. Ao concluir o terceiro ano do Ensino Médio, o estudante Tallisson Tauan Porangaba de Almeida de 18 anos, começou a fazer cursinho. Na tentativa de ingressar para o curso de Direito em uma universidade pública, Tauan investiu aproximadamente seis mil reais em um ano de estudo. Por mês gastava cerca de 500 reais com despesas básicas como mensalidade, alimentação e transporte. Praticamente com este valor o estudante poderia custear a mensalidade de Direito em alguma das universidades particulares de Campo Grande que variam de 500 a 700 reais. Um dos motivos para Tauan optar pelo cursinho está no respaldo da universidade pública e mais. “Estudei a vida toda em escola particular sinto essa necessidade de agora concluir o Ensino Superior em uma instituição pública”, justifica o estudante. São muitas as variáveis que envolvem as escolhas entre cursinhos, universidades públicas e particulares. Para o economista Tiago Queiroz de Oliveira de 25 anos, não há outra solução a não ser conhecer bem os objetivos que se pretende alcançar e ter um bom planejamento de orçamento. “Não existe fórmula pronta para isso, é preciso analisar a situação”, afirma o economista. Tiago faz comparações e aponta alguns fatores que podem influenciar na decisão do estudante e também dos responsáveis financeiros, como por exemplo o tempo de duração de um cursinho e de um curso de graduação. Comparando um estudante que fez cursinho durante dois anos para ingressar em universidade pública e outro que ingressou na universidade particular logo após a conclusão do ensino médio, este último terá uma vantagem de dois anos de mercado de trabalho e uma renda profissional maior, em relação ao primeiro estudante. Outro ponto relevante é a disponibilidade de renda do estudante de instituição pública, por ser isento de mensalidade ele poderá dispor de quantidade maior de recursos para investir em outras formas de aperfeiçoar sua formação como congressos e cursos complementares. Todo investimento deve ser posto na ponta do lápis, assim é possível controlar gastos e evitar excessos. Pesquisar preços também serve como ferramenta já que em Campo Grande as mensalidades dos principais cursinhos pré vestibulares variam de 200 a 1020 reias. De acordo com o economista Tiago, o estudante tem possibilidade de fazer cursinho sem extrapolar o orçamento de forma que os gastos se tornem o valor da mensalidade de uma universidade privada. A estudante Naira Ricalde Machado Avanci de 18 anos, investiu aproximadamente dois mil reais em 14 meses de cursinho, contabilizando nada mais que 143 reais mensais no orçamento familiar. Naira conta que seus pais pensaram que esse investimento em cursinho poderia ser aplicado em uma universidade particular e que se ela trabalhasse ficaria ainda mais viável. “Meu sonho sempre foi cursar uma universidade federal, então eles investiram para que eu tentasse realizar este sonho”. No início do cursinho a escolha da estudante estava baseada principalmente na isenção de mensalidade e na credibilidade da universidade pública, mas com o passar do tempo Naira refletiu. “Hoje analiso melhor e vejo que quem a faz a faculdade é o aluno. Claro que ainda prefiro entrar na federal, mas vejo a universidade particular com uma estrutura excelente e com profissionais muito qualificados”.

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